sábado, 4 de julho de 2009

O que a vida nos faz…

Morreu com noventa e quatro anos numa linda manha de primavera onde os pingos de chuva cristalizavam por cima das folhas verdes acastanhadas no alpendre da casa dos sonhos. Os bisnetos, duas meninas e três meninos, deixara-lhe o coração cheio de alegria, pois a sua visita habitual, não tinha falhado no dia antes, no churrasco semanal. Pediu a amada companheira, que não temesse a sua partida, pois já tinha cumprido a sua missão na vida, criar dois filhos, bajular os netos e acarinhas os bisnetos, assim como a fazer feliz, o resto são pós e poeiras. Dez anos antes, partiu de viagem para África com a família, duas semanas inesquecíveis, onde desfrutaram o melhor que havia na vida, saltos alegria e risos e muito amor . Doze anos, tinham passado, quando percorreu o globo com a companheira de sempre, em busca de conhecimento, a paixão por viajar e conhecer o mundo começou quando provou, ainda jovem o que era descanso e lazer na companhia da sua amada e do seu rebento, quando atravessou o Atlântico. A sua família cresceu, uma menina, morena linda…sobrepôs as noites em branco agarrado a sebentas e livros de conhecimento de novas tecnologias. A evolução da sua vida foi sempre com os pés no chão, passo a passo, sempre numa linha recta, desde que chegou do país de origem, numa terra dividida por um muro vergonhoso onde o ser humano não se entendia, onde a sua nascença se fez um mês antes do previsto, mas mais uma vez com muito esforço conseguiu sobreviver, muito havia para falar... É assim que eu gostava que se passa-se…Será pedir muito?...